No último Domingo, “Homem Produto” saiu do Rio de Janeiro para fazer ação performática no Festival e impressionou os presentes com um diálogo vivo e reflexivo sobre a realidade atual
O Domingo do Tiradentes em Cena 2014 começou com uma intervenção de tirar o fôlego. Vinda do Rio de Janeiro, a atriz Tatiana France trouxe para o Festival a concepção “Homem Produto”. Os atores caminharam pelas ruas de Tiradentes carregando no corpo garrafas, caixas de suco, latinhas de refrigerante, pacotes de salgadinhos e outros tantos descartáveis que o “Homem Produto” carrega junto de si nos dias atuais.
- Muito forte trazer esse trabalho que saiu de uma cidade grande, inspirado nos camelôs, para a cidade de Tiradentes. Vamos fazendo e sendo atravessados. Nessa cultura globalizada os produtos estão em todo lugar. Estamos em um momento de consumo extremo. A recepção desse público foi maravilhosa! Eu estou muito emocionada. – Conta Tatiana.
O terceiro dia do Festival também recebeu o espetáculo “Uma peça como eu gosto”, da Companhia Histórias pra Boi Dormir do Rio de Janeiro. Com direção de Lucio Mauro Filho e Duda Maia, o espetáculo encantou a criançada presente na Praça Principal com uma história que levou Shakespeare em uma leitura comum e divertida à todas as idades.
Fechando o final de semana, Gustavo Rodrigues e Rose Brant levaram ao público do Tiradentes em Cena dois incríveis e divertidos monólogos. “Billdog”, do Rio de janeiro, que teve as senhas esgotadas 1h antes da peça começar, foi aplaudido de pé pelo público presente no SESI-Centro Cultural Yves Alves.
- Estar aqui apresentando meu trabalho, produzido com tanta dedicação, em uma cidade como Tiradentes, é incrível. Foi muito caloroso, estou inflamado com essa energia toda! – Conta Gustavo Rodrigues, ator que interpreta 38 personagens em Billdog.
Rose Brant levou o público ao delírio no Sobrado Aimorés com a história de Adelaide Fontana, radialista vítima da ditadura que prefere morrer à ceder ao regime. O monólogo é baseado na obra “A Rainha do Rádio” de José Safiotti Filho.
- Respirar esse clima vai formando o espectador. Essa troca é importante demais. O Teatro é um só. O Teatro é identidade. A gente tem que se identificar com o que está vendo, com o que está vivenciando. O Teatro tem que viver, não pode morrer. Os Festivais são substância pra isso. – Conta Rose Brant.