Um dos espetáculos mais instigantes desta edição do Tiradentes em Cena, "O sábado da carne" encantou a platéia do Tiradentes em Cena
Poderia ser um fim de tarde como qualquer outro, a não ser pelo fato de que Ana Gusmão e Gilberto Mauro fizeram do Museu da Liturgia, no centro histórico de Tiradentes, palco de um dos espetáculos mais instigantes da 3ª edição da mostra.
O prólogo, construído e dirigido pelo poeta Marcelo Dolabela, que se inspirou na poesia do português Mário de Sá Carneiro, discute a dor da existência e a solidão do corpo que não cabe em si. Tudo isso é acompanhado da força da música de Gilberto Mauro, que durante o espetáculo ajuda na formação dos sentimentos da atriz, que considera o Tiradentes em Cena um espaço importante para a propagação das artes cênicas. “A cidade se envolve e as pessoas estão a fim de assistir as coisas. É legal essa formação de platéia que só um trabalho como este pode proporcionar. Com tantas estéticas diferentes, tantas linguagens, tantos formatos, contribui para a formação do cidadão. Não só do turista, mas também das pessoas que moram na cidade e podem assistir. Estava realmente faltando um festival de teatro aqui. Apresentar aqui é uma inspiração.”, afirma Ana.
O Museu da Liturgia, que abriga um rico acervo e cultua a fé católica da população tiradentina, foi construído de frente para a Serra de São José, um dos mais icônicos e belos patrimônios de Tiradentes. Rogério de Almeida, diretor do local, diz que ter um evento como o Tiradentes em Cena no museu é uma grande contribuição para a cidade. “É importante a valorização de eventos feitos em Tiradentes, por gente de Tiradentes, também para as pessoas de Tiradentes e no museu da Liturgia. A liturgia está presente em tudo, o que aconteceu aqui nada mais foi do que um momento litúrgico, onde todos nós pudemos deliciar e saborear um momento único e expressivo da valorização da literatura brasileira.”, afirma.